- Sou um pássaro perdido, que voa, voa e voa milhares de distâncias sem nunca parar;
- Vivo cá sozinho, apenas eu e o ar morto que escuta o meu gorjear;
- Maldita a vossa terra, cruel e impiedosa, mal me faz se dela eu me lembrar;
- Por isso com meus cânticos, vou jurar que lá jamais eu vou voltar, ou me ouvirem gorjear;
- De coração partido vivo eu cá, sozinho num paraíso desértico que de dor e sofrimento aos poucos eu me depeno e caio no inferno;
- Lembrar não posso, pois tudo que me lembro não passa de uma utopia de um beija-flor pequeno;
- Mas na minha ida ao inferno, em meu peito pequeno levarei os bons amigos, mas os maus. Ai que pena!
- Pois nesta cena vós me amaldiçoaste e da vossa terra me escorraçaste, mas no inferno cantarei glória sem parar;
- Isto tudo como forma de vós mostrar o futuro que vos espera, pois o sair do actor da cena, não dita o fim do teatro;
- Na terra tudo faram, Como fizeram comigo, mas no inferno o actor principal sou eu e voçêsvoçês apenas figurino do teatro;
- Tu homem mau, nem hoje ou nunca me verás ou ouvirás chilrear ou cantar, pois hoje perdido eu vivo;
- Sem rumo, ou direcção, mas vou continuar caminhar como um cego sozinho vaguear, talvez assim eu vivo;
- Pássaro perdido sou eu, és tu que nem rumo a vida têm, apenas seguimos o mundo cruel e impiedosa;
- Salve-se pássaro, voa e voa, talvez assim tu encontres seu verdadeiro caminho, amor e paz, nesta nova cena;
Ceu azul. Jpg |
Por: Adelino Luís in ‘Soneto do Pássaro Perdido’
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